Nascida nos anos 1920, a « coupe garçonne » (literalmente – corte menino), além de ter dado uma modernizada no visual das mulheres da época, simbolizou também um início de emancipação do patriarcado ou de subversão em oposição à uma sociedade ultranormativa.
A primeira que popularizou esse corte foi Coco Chanel. Antes dela, algumas mulheres já cortavam o cabelo curto, mas era restrito a uma bolha de mulheres artistas. Com a Coco, este corte foi um marco: tornou se um dos cortes mais populares dos anos 20. Alguns dados apontam que, em 1925, um terço das mulheres usavam a “coupe garçonne”.
Depois da grande crise de 1929, esse corte começou a ser menos popular, mas voltou com força nos anos 60, introduzindo ao mundo o corte « pixie », popularizado por Audrey Hepburn no filme« Roman holidays ».
No nascimento do movimento hippie, os cabelos recomeçaram a crescer, Janis Joplin e Joan Baez são exemplos de mulheres que usavam longas madeixas nessa época. Com a aparição da contracultura punk nos anos 80, a « garçonne » se reinventa com cabelos raspados e descoloridos.
Hoje, mas do que nunca, a dimensão feminista do corte “garçonne” se faz presente muito mais pela atitude do que pela estética. As mulheres começaram a cortar barreiras mais simbólicas (e menos estéticas) e passando a conquistar cada vez mais sua igualdade (de fato) em relação aos homens.